Stregheria,Stregoneria ou Bruxaria Italiana são os nomes dados a Velha Religião ( Vecchia Religione) da região da Itália. Culto Pagão com origens nos velhos Mistérios Etruscos e Egeus. A Stregheria é uma Religião que é formada por diversos Clãs. (Tradições ou Familias), na maioria segue uma linhagem Hereditária e Oculta. O culto Streghe é diverso, mas segue principalmente os ensinamentos da Prima Streghe( Arádia ou Heródia).
A Deusa Diana e o Deus Cornifero Dianus Lucifero.



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Bruxo Callegari - TV Espelho Mágico

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Athena e Medusa

Athena e Medusa





 Na arte clássica grega existem duas diferentes apresentações de Athena.
 A imagem mais familiar é a da deusa severa, paramentada com armadura, elmo e escudo, a virgem invicta e guardiã de Atenas, que protege as batalhas e os heróis. Já a mais antiga a mostra como uma deusa majestosa, com o manto e os cabelos decorados com serpentes e um fuso na mão esquerda. No entanto, mesmo a figura guerreira guarda as memórias arcaicas da sua verdadeira origem, que aparecem na cabeça da górgone com cabelos de serpentes, existente no seu escudo chamado Gorgoneion. Essa é a revelação da descendência de Athena, herdeira da deusa minoana das serpentes, cultuada um milênio antes do mito patriarcal transformá-la na filha nascida da cabeça do seu pai Zeus, surgindo totalmente armada e pronta para a batalha. Os mitos mais recentes descrevem a górgone como um monstro atemorizador, vencido e morto pelo herói Perseu, que após decapitá-la, entregou à deusa Athena sua cabeça como gratidão pela ajuda recebida.
Analisando detalhes do seu nascimento descobrimos que a mãe de Athena era a deusa Metis, uma das esposas de Zeus, que a engoliu, temendo que o filho que ela carregava no ventre pudesse destroná-lo, assim como ele tinha feito com o seu progenitor Chronos. Sofrendo de atrozes dores de cabeça Zeus pediu ajuda ao deus ferreiro Hefaisto, que lhe abriu a cabeça com seu machado e dela emergiu Athena, defensora da ordem patriarcal e não sua opositora. É evidente a metáfora que descreve o predomínio do direito paterno e patriarcal sobre a antiga ordem da sociedade matrilinear e matrifocal. Vemos nisso uma semelhança com o nascimento de Eva da costela de Adão, o primogênito; tanto Eva quanto Athena sendo associadas a serpentes.
Em grego, Athena pode ser compreendida como A Thea, a Deusa, que também deu origem ao nome da cidade por Ela patrocinada. Seu segundo nome, Pallas, significa “virgem”, pois em nenhum mito é feita qualquer referência à sua condição de mãe, sendo sempre conselheira, protetora e amiga de heróis e reis.
Uma antiga imagem minoana do período neolítico a retrata como uma deusa alada e com cabeça de pássaro. A transformação de Athena, de uma deusa pássaro e serpente em uma deusa guerreira que negou a sua filiação materna, ocorreu ao longo dos dois milênios de influências indo-européias e orientais na Grécia. O nome da sua mãe – Metis – permaneceu no seu atributo “sabedoria” ou “aconselhamento prático”. A origem serpentínea de Athena aparece ocultada na lenda da Medusa que foi transformada pelo patriarcado na terrível górgone cujo olhar petrificava os homens.
Na realidade Medusa era neta de Gaia, seu nome significava Senhora ou Rainha, sendo a deusa serpente das Amazonas da Líbia, uma das três irmãs górgones cujo cabelo encaracolado era semelhante a uma coroa de serpentes. Elas protegiam os mistérios matrifocais antigos e os limites dos lugares sagrados. Em uma inscrição antiga Medusa era chamada “Mãe dos Deuses, passado, presente, futuro, tudo o que foi, é e será” (frase posteriormente copiada pelos cristãos para definir Deus). Sua sabedoria era resumida nesta frase: “nenhum mortal foi capaz de levantar o véu que Me oculta”, por Ela ser a própria morte, sendo o aspecto destruidor da deusa tríplice. Outro significado da sua face oculta e perigosa era o tabu menstrual, pois os povos antigos temiam o poder mágico do sangue menstrual, que podia criar e destruir a vida. A serpente é um antigo símbolo da sabedoria feminina e também representa o poder da energia Kundalini, a capacidade de transmutação e regeneração.
Originariamente a cabeça da górgone era encontrada na entrada dos templos como um escudo de proteção, a górgone arcaica representando uma trindade lunar formada por sabedoria, força e proteção. A lenda conta que o sangue de Medusa - que tanto servia para curar como para matar - foi colhido dos seus dois lados (esquerdo e direito) colocado em duas ânforas e dado a Asclépio e à sua filha Hygéia, deuses da cura. A imagem das duas serpentes entrelaçadas existente no caduceu (o bastão das divindades de cura) simboliza o conceito de vida e morte, a polaridade masculino/ feminino, esquerda/ direita, a representação da hélice dupla do DNA. Os antigos símbolos da deusa serpente minoana sobreviveram na ordem patriarcal apenas no seu aspecto escuro e ameaçador (principalmente para os homens, que ficavam paralisados pelo poder do olhar da Medusa).

Um mito antigo atribui à Medusa o nascimento de Pégaso, o cavalo alado, como fruto da sua união com Poseidon, ambos metamorfoseados em eqüinos (cavalo e égua). Outro mito mais recente descreve sua criação do sangue jorrando do pescoço de Medusa quando a sua cabeça foi cortada pela espada brilhante de Perseu. A vitória de Perseu é vista como uma ode à vitória da luz sobre os terrores da escuridão e das serpentes, reforçando assim a dicotomia entre luz e sombra, masculino e feminino, Sol e Lua.
Compete às atuais sacerdotisas e seguidoras da Deusa compreender a complexa polaridade deste mito não como um conflito entre o arquétipo patriarcal de Athena e a sua antiga origem lunar e górgonica, mas uma complementação de opostos personificados por Athena - o aspecto solar, guerreiro, criativo, heróico - e Medusa, sua contraparte lunar, passiva, obscura e misteriosa, mas igualmente poderosa. 

 Mirella Faur

A Grande Mãe brasileira

                                                         A Grande Mãe brasileira

O Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas a cultuarem uma das manifestações da Grande Mãe como Iemanjá, a deusa ancestral das águas, Senhora do Mar. Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.
Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia 2 de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas – Navigium Isidi – dedicadas a Ísis, Deusa Mãe protetora dos viajantes e das embarcações.
Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo - ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba. Yemojá ou YéYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes”, era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin. Devido a guerras, os Egbá migraram e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.
Nesses países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.
Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia sagrada dos orixás, postulada pela Umbanda Esotérica, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.
Iemanjá é considerada pela Umbanda Esotérica como uma das sete Vibrações Originais, o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino. Portanto, Iemanjá personifica os atributos lunares e aquáticos da Grande Mãe, de padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe primeva que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.
No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.
Infelizmente, muito pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani. A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos payés.
Segundo o escritor umbandista W.W. da Matta e Silva e seus discípulos Rivas Neto e Itaoman, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá, da qual surgiu Nheengatu, a “lingua boa”, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas.
Com o passar do tempo, a raça vermelha entrou em decadência e, após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções. Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.
As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (às vezes chamado de Tupã) que se manifestava por intermédio de Guaracy (o Sol) e Yacy (a Lua) que, juntos, geraram Rudá (o amor) e, por extensão, a humanidade. O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.
Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol. Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente. Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal. Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e nativa americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que, para os tupi, a vida e a luz solar provinham de uma Mãe - Cy - que só mais tarde foi transformada em Pai.
Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza, das mulheres e das fêmeas.
Cy - ou Ci - representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.
Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas: Yacy, a Mãe Lua; Amanacy, a mãe da chuva; Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros; Iracy, a mãe do mel; Yara, a mãe da água; Yacyara, a mãe do luar; Yaucacy, a mãe do céu; Acima Ci, a mãe dos peixes; Ceiuci, a mãe das estrelas; Amanayara, a senhora da chuva; Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.
As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade - o que também em outras culturas simbolizava sua independência e autossuficiência. Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias numinosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.
A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual que, ao cessar “milagrosamente”, se transformava em um filho. Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o Pai assumiu um papel preponderante, o Filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade - como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem (como Chiucy).
Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas de suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.
Outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite. Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.
Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas e a violência contra a Natureza. Pouco conhecida, ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora. Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.
Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo. Em sua representação antropomórfica, ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias.
Em sua versão original, ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas. Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas. A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyja) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos. 
Quanto ao significado esotérico de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos para compreender sua simbologia feminina: Mura - mar, água; Yara - senhora, deusa; Kitã - flor. Podemos então interpretá-lo como “A deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”. Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy, era reverenciada pelas mulheres que usavam amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã. Esses preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã - vetado, portanto, aos homens.
Nas noites de Lua Cheia, as cunhãtay, devidamente preparadas, esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e, então, mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes magnéticos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões. Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos mbaracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, sendo deixado um pequeno orifício no centro. Em seguida, todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios. 
Esses amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul ou cor de azeitona e eram usados no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual e que podiam ser utilizados para prever o futuro, nas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã. 
No nível exotérico, profano, o muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou de felinos, talhado em pedra (nefrita, esteatita, jadeíta ou quartzito), bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos. Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, sendo chamados de “pedras verdes das Amazonas”. Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542.
Os relatos míticos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e a flecha para guerrear e caçar. Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem os pais de seus filhos, presenteando-os com muiraquitãs. Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais como objetos de troca com visitantes ou tribos vizinhas.
Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos. 
Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas. Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da criadora ancestral brasileira, Mãe da natureza e de tudo o que existe, existiu e sempre existirá.
Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam, ou seja, "que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia cósmica e telúrica da Sua Criação”.

Mirella Faur

ARACNE - Mitologia Grega

ARACNE




Numa antiga região da Ásia Menor chamada de Lídia, vivia uma jovem de nome Aracne, que tinha uma extraordinária habilidade e grande reputação na arte de tecer e bordar.
As tapeçarias que desenhava eram tão belas e perfeitas que pessoas vinham de terras distantes só para contemplá-las. Devido a tanta admiração, Aracne começou a comparar-se à Atenas - deusa das fiandeiras – e que seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem. Quando a notícia chegou ao Olimpo, Atenas ficou furiosa com a petulância da mortal. Sentiu-se desafiada e resolveu aceitar a competição com Aracne, para ver quem merecia de fato ser considerada a melhor na arte de bordar. Antes, porém, a deusa disfarçou-se de uma humilde velhinha e foi ter com Aracne. Pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: "Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa". Aracne, entretanto, não aceitou os conselhos da deusa, e, mais uma vez, a desafiou, dizendo: "Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo"? Nesse momento, Atenas tirou o disfarce e todos, ao redor, ficaram surpresos, exceto Aracne, que permaneceu impassível. As duas, então, deram início à competição.
Ambas trabalharam com rapidez e habilidade. Atenas representou sobre a tapeçaria os doze deuses do Olimpo em toda a sua majestade e para aviso da sua rival acrescentou nos quatro cantos a representação de quatro episódios mostrando a derrota dos mortais que tinham ousado desafiar os deuses. Aracne ousou ilustrar sobre o seu trabalho as conquistas amorosas de Zeus. Sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado de chama, serpente e chuva de ouro, respectivamente. Isso deixou Atenas tão enraivecida que rasgou em pedaços o trabalho e golpeou, com o bastão de tecer, a cabeça Aracne. Ultrajada e desesperada, Aracne enforca-se.
Atenas, ao ver o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se numa teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte, embora condenada a ficar dependurada em sua teia a fiar e a tecer para sempre.
Guide Mythologique de la Grècie et de Rome. 1990. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Tradição FERI e Tradição FAERY. Qual a Diferença?

Tradição FERI e Tradição FAERY. Qual a Diferença?

Resolvendo a confusão!

Muitos ainda confundem a Tradição Feri de "Victor e Cora Anderson" onde "Gwydion Pendderwen", nascido como "Thomas DeLong", que era um musico norte-americano, escritor, poeta. Foi iniciado dentro da FERI. E Gwydion posteriormente utilizou seu aprendizado com Victor e criou uma "Faerie Shaman", que era apenas uma parte de seus vários cultos.
Sendo a FERI um misto de várias outras tradições incluindo tradição de faeries.
Hoje quando se comenta sobre "tradição de fadas" logo se faz uma imediata ligação com a FERI. O que não é correto pois, não é uma tradição exclusiva de fadas.
O Fay, Avalach Avlis, encontrou uma carta de "Victor Henry Anderson", onde ele deixa isso bem claro. Sua tradição é uma mistura de fadas com Huna, Wicca e Yoruba. Sendo ele mesmo foi iniciado por uma sacerdotisa Africana.
Por favor, não vamos mais confundir. Ponto revisto , e agora muito bem esclarecido.

A Carta...

21 de agosto de 1991
Carta Aberta ao
Aidan Kelly &
Llewellyn Publications

Estou escrevendo para abordar o material que Aidan Kelly escreveu em seu livro " Crafting a Arte da Magia ", publicado pela Llewellyn Press. Este material está nas páginas 21 e 22 , e é em grande parte incorreta . Foi usado sem me consultar .

Eu não me considero o fundador da tradição "fada", mas eu sou um Grande Mestre e um chefe de fadas. Eu sou o fundador do capítulo de minha fé na Costa Oeste dos Estados Unidos .

Se Aidan Kelly tivesse me consulado diretamente, ele poderia ter evitado a repetição do texto estúpido daqueles que têm apenas um conhecimento superficial de sua suposta pesquisa.
Eu foi iniciado em 1926, não 1932, por uma sacerdotisa da África.
Os nomes dos membros do Coven Harpy não estavam a disposição para serem tornados públicos. O nome do nosso clã deveria ter revelado a Kelly, algo de natureza sigilosa de nossa religião e prática:
Harpia é uma palavra grega para um tipo de feminino espírito da natureza , que aparece como um pássaro com a cabeça de uma mulher e braços e as mãos de uma mulher para suas pernas e pés. O nome significa " ladrão ".
A afirmação de que o clã não adoravam a Deusa é uma mentira completa, e outras declarações também são completamente falsas .
O culto da Deusa era o coração da nossa religião e da magia.
Lilith era um dos nomes usados em nossa adoração ritual da Senhora .
Seu nome é derivado de Lilitu , ou seja, uma tempestade ou tornado.
Nós não pensamos nela como apenas a Deusa , mas como Deus própria .
Nós adoraram o Consorte da Deusa. Nós não o adoramos , porque era necessário, mas porque ela o levou para fora de seu desejo divino. Nossa adoração dele foi um ato de amor. Embora a Deusa nos diz que longe da influência doce do seu amor , ele é o mais terrível de todos os espíritos , ele não é o anjo caído ou " Satan" do cristianismo ou do islamismo. O nome Setan ( as vogais pronunciadas como em italiano) é um de seus nomes, mas não tem nada a ver com o nome de seu anjo caído dos cristãos : Significa alma fogo. Ele é o mesmo Deus que Ja ou El .
A afirmação de que " o clã foi bastante eclético , misturando Huna com magia popular " está incorreta , pelas seguintes razões :
Eu sou um Kahuna . Este é um fato de minha herança racial , a experiência pessoal e treinamento. A palavra Kahuna significa "o segredo", e é o mesmo na tradição de fadas e a religião polinésia e magia. Apesar de estarmos dispostos a aprender coisas novas, que já tinha um corpo definido e coerente de conhecimento e tradição de nossa própria .
Portanto, não foram principalmente eclético. A tradição de fadas tem muito em comum com Voudon e Santeria .
Nossos comemorações do Sabat , luas e outros rituais e observações sazonais eram praticamente os mesmos que em outras tradições . Estávamos ritualística e devocional, e estávamos preocupados com a teologia , culto e ética. A nossa simples refeição de pão e vinho ocorreu somente após a conclusão do trabalho e adoração no círculo. Ashe .
Não é meu propósito para levantar polemicas e chutar satanista , mas por razões que eu acredito ser bastante óbvio que se ressentem do jeito Aidan Kelly, me ligou com o satanismo . Eu poderia me importar menos com o que chama de uma religião , ou seu Deus , desde que respeitem as crenças e práticas construtivas e éticas.
Ashe ( Ax'e ) .
Tenho a intenção de enviar cópias desta carta a vários ofício e indivíduos e publicações pagãs.

Victor H. Anderson
San Leandro , CA

Copyright © 1991 Victor E. Anderson

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Reflexão aos mais jovens!


Reflexão aos mais jovens!

A maioria dos mais jovens de hoje acreditam, que sua sabedoria é superior ou se iguala a dos mais velhos. 
Sim, é uma verdade. Mas assim como os adolescentes que acham que já sabem tudo da vida, perto dos seus 15 anos ou menos. Observemos que existe o saber e o experienciar.
Aqueles que já passaram por mais da metade de suas vidas, perto ou acima dos 50 anos, sabe muito bem sobre o peso imenso que tem esse experienciar.
O saber todos alcançam, o experienciar somente com o passar dos longos anos.
É o viver na pele as mais diversas situações que a vida nos lança ao caminho.
O experienciar são as lições "vividas", bem além dos livros e textos de internet. Ou mesmo de formações acadêmicas.
São geradaselo passar dos anos, pelo conhecer das pessoas e situações, reais e não, as teóricas. 

Onde a juventude tem vigor e ímpetos de questionadores corretíssimos , os reformadores do mundo e da sociedade.
A idade nos concede a sabedoria do experienciar, e a paciência do saber esperar.
A maturidade mental , só se concretiza com a vivência, com o passar repetido e cansativo dos longos anos.
Ou então Cronos seria um belo jovem. 

E a anciã seria sempre a donzela.
São longos caminhos, que não se fazem, sem todos os tempos da vida. Passado, presente e futuro.



Callegari

sábado, 7 de setembro de 2013

Carregando o Peso dos Dogmas





Carregando o Peso dos Dogmas




Dogma é um termo de origem grega que significa “o que se pensa é verdade”. 


Na antiguidade, o termo estava ligado ao que parecia ser uma crença ou convicção, um pensamento firme ou doutrina.

Posteriormente 
passou a ter um fundamento religiosos em que determinado ponto em uma doutrina é dado como indiscutível, inquestionável, uma verdade absoluta que deve ser ensinada com autoridade. Além do cristianismo, os dogmas estão presentes em outras religiões como a do judaísmo, islamismo e se estendido a outras, praticamente todas as religiões tem dogmas.


Os princípios dogmáticos são crenças básicas pregadas pelas religiões, que devem ser seguidas e respeitadas pelos seus membros sem nenhuma dúvida. Não podem ser questionadas de forma alguma.


Quem rejeita pode incorrer em crimes variáveis de acordo com a religião que segue. Na Igreja Católica o crime de heresia aconteceu no período da Idade Média, em que as pessoas acusadas eram excomungadas ou perseguidas através da Inquisição.
Os dogmas principalmente os proclamados pela Igreja Católica e Evangélica devem ser aceitos como verdades reveladas por Deus através da Bíblia. São irrevogáveis e nenhum membro da Igreja, nem mesmo o Papa, ou a autoridade superior da religião, tem autoridade para alterar. 

São exemplos de dogmas; a Existência de Deus e da Santíssima Trindade,
Jesus Cristo é Filho Natural de Deus, a Virgindade e Assunção de Maria, entre outros.

 Não estamos mais vivendo cronologicamente na idade média, mas teoricamente parece que, sim!
Visto inúmeros casos de perseguição, por pensamentos posturas religiosas diferentes dos dogmas que já foram embutido nas mentes humanas durante séculos, onde desde pequenos pais, familiares, professores de religião, a mídia e outros, vão gravando no seu subconsciente. Quando em determinado ponto de sua vida, você consegue parar para repensar sobre dogmas, você observa o quanto é difícil se livrar deles.
Mesmo que ele não pertença mais a sua fé ou religiosidade atual, alguns ainda tem um ranço
 de crises do passado delas, dentro de si.
Ele é ainda como a pesada cruz, que o ícone religioso “Jesus Cristo” carregou sobre as costas. 
Será que algum dia essas pessoas conseguirão viver , um pouco além dos dogmas?
Porque eles tem sido como fantasmas, que ainda perseguem muitas mentes.
Que são considerados de crimes de heresia a pecados mortais para a eternidade da alma.
Os considerados “pecados”, são prisões da alma que prendem os homens nos laços da culpa! 

A multidão de símbolos e ícones religiosos que inundam o mundo, e já fizeram a sua imigração por diversas culturas, foram readaptados para necessidades de determinados cultos locais. São considerados a própria materialização da religião ou divindade por muitos.
Quando na verdade deveriam ser apenas, memórias, instrumentos simbólicos de histórias e representações de cultos antigos. 

Onde as culturas por exemplo, como as africanas, não tinha uma forma de escrita a representavam através da oralidade, arte e desenhos simbólicos. Diferenciavam os clãs e tribos através de tatuagens no rosto, para sua identificação cultural. 
Deuses são formas de energia, são as forças da natureza universal, são espíritos que não possuem corpos físicos. 
Energias que foram humanizadas, por filósofos, mitos e lendas, para a compreensão e adoração da visual da humanidade.
Visto a multidão de deuses e deusas que existem em várias culturas, e que se formos pesquisar são na verdade o mesmo deus e deusa, em várias manifestações iconograficas totalmente diferentes.
Transformar uma religião em um ícone ou divindade ou até mesmo um ser humano. 

Foi a forma encontrada pela humanidade para tentar explicar essas manifestações. 
Quando desdobramos partes de deuses, exemplos como Baphomet, Shiva ,Ganesha, Hekate e outros, percebemos que cada parte do seu corpo, representa uma forma de simbologia ou de um ensinamento esotérico, bem mais profundo.
Procuremos não radicalizar ou exagerar, mas ser racionais na representação desses ícones religiosos. Porque estaremos apenas, brigando com nossos dogmas interiores e anteriores, quer possamos assumir, ou não? 

Eles ainda são muito fortes dentro da psiquê humana.
Conversando sobre o assunto com alguns pagãos, eles comentaram que ainda lutam para retirar ou banir esses dogmas de suas mentes.
Motivo creio eu, pelo qual existe na iniciação em alguns ritos da bruxaria, a morte simbólica.
Porque se não morrermos simbolicamente, nunca poderemos “ matar realmente”, os dogmas que por gerações nos foram passados. E renascer sem eles.Podemos seguir novos dogmas, mas sem arrastar os antigos junto.
Tudo no universo astral ou espiritual faz parte de “Mara” a ilusão da mente, não sejamos iludidos ainda por meros dogmas.
A bruxaria sempre procurou se libertar dos dogmas das outras religiões, e criar uma religião com dogmas próprios,mas de forma mais  livres. 

Repense os conceitos dos ícones, dos símbolos , das imagens humanas das divindades. Porque sabemos que eles fazem parte apenas, de uma representação para a mente humana.
Na verdade seria muito difícil descrever uma divindade, sendo que a maioria delas foi esculpida ou desenhada por artistas da antiguidade, e cada um deles sem dúvidas, foi acrescentando ainda que “inconscientemente”, um pouco do seus dogmas a elas.
Assim como filósofos e magistas, criaram sobre essas figuras e ícones, seus próprios sistemas de magismo. 

O bruxo(a) deve procurar se libertar dos dogmas de outras religiões, principalmente daqueles que impõem a relatividade entre o bem e do mal, do sagrado e do profano.
E da iconografia que foi criada por mãos e mentes humanas, e não divinas.
A natureza nos deu vários símbolos em “achiropita “ ( não feitos por mãos), estes sim, tem uma grande força divina, e as forças divinas sempre regeram a liberdade da mente e das escolhas humanas, e nos deram a Lei Maior do Livre Arbitrem.


Valdir Callegari

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"A Crença das Tradições de Fadas os Filhos de Avalon"


"A Crença das Tradições de Fadas os Filhos de Avalon"
Há alegações que Avalon é fantasia assim como outros mitos.
Mitos mentiras ou Verdades ainda não descobertas?
 
 

Então se formos ver por esse ponto de vista, todos os mitos e lendas, todos os deuses são fictícios?
A bruxaria e a magia se tornam fictícios? Pois a maioria se tornaram grandes personagens da ficção. 
A “Marion Zimmer Bradley” (uma simples dona de casa), pesquisou várias histórias e lendas da região onde ficava Avalon, onde hoje é a atual Glastonbury, para fazer sua obra de romance fictício. Com as pesquisas ela descobriu a história das sacerdotisas e sacerdotes que viviam isolados na ilha dos druídas, e elas eram chamadas "Le Fay" (Senhoras Fadas) e das lendas Arturianas, e as juntou para fazer seus livros. Pois são anacrônicas ( de épocas diferentes). 
O “Talkien” antes de criar sua saga do "Senhor dos Anéis" pesquisou várias outras histórias e também os ditos mitos, para descobrir as origens dos povos de fadas, que foram uma de suas fontes de inspiração para a criação de sua versão dos Elfos.
Ele escreveu antes de tudo um livro rascunho, anterior a sua saga de “O Senhor dos Anéis.” 
Que se chama a "Folha e a Árvore" “The Leave and the Tree”, onde ele mostra toda essa longa pesquisa. 
Glastonbury é tida, por muitos historiadores, como a lendária ilha de Avalon.
Uma antiga história de origem galesa. 
O pesquisador “Geoffrey de Monmouth” identificou Glastonbury como Avalon pela primeira vez no ano de 1133. Glastonbury foi parte de uma ilha em região pantanosa . 
Na ilha habitaram tanto as sacerdotisas Le Fay, os homens druidas e no final, também padres cristãos. Todos os filmes , livros , Rpgs, histórias ou personagens atuais são quase todos baseados deuses, povos antigos e em mitologias. 
J.R.R.Tolkien, não se inspirou somente nas lendas e contos a que se referiu, mas também a muitas outras tradições orais. A história não é feita somente de documentos em escritos.
Nada se cria, tudo se copia, as verdades de hoje, são baseadas nas lendas, que eram as mentiras de ontem. 
Muitas lendas ou (mentiras antigas) , já provaram ser verdadeiras, como no caso da cidade de Troia.
Até a segunda metade do século XVIII da era cristã, a cidade de Tróia não passava de uma lenda supostamente criada por um escritor grego e relatada em um poema composto a partir da tradição oral dos aedos. Heinrich Schliemann, arqueólogo alemão E é lendo os poemas de Homero que Schliemann se convence, cada vez mais, da existência real de Tróia.
Não é possível que a riqueza de detalhes que Homero imprime em suas obras tenha sido inventada. Ele resolve então seguir, passo a passo, as descrições contidas na Ilíada e na Odisséia. Seguindo descrições do livro (Fictício) de Homero na outra, percorria à pé as terras da Frígia, hoje Turquia, nas margens do Mar Egeu, medindo distâncias, comparando citações, identificando os lugares geográficos descritos, relocando as fontes de água que existiam e desapareceram com o tempo, enfim, reconstituindo toda uma época, trazendo-a para o presente.


Quando ele chega à Colina de Hissarlik (que quer dizer "palácio"), todas as descrições de Homero parecem coincidir com o que ele vê e sente. Levanta seu olhar cansado e vê, ao longe, o Monte Ida do cume do qual, segundo o poeta, Júpiter dominava a cidade de Tróia. Schliemann se põe a escavar com a ajuda de cerca de 100 trabalhadores. De repente, começam a surgir objetos diversos, armas e utensílios domésticos. Ali deve haver uma cidade! E realmente havia, não uma, mas nove, construídas em épocas diferentes, umas sobre as outras. Qual das nove seria Tróia?

Ao descobrir vestígios de fogo nos restos da sétima e oitava camada, julgou ter encontrado Tróia e seus relatos, além de darem à Arqueologia uma nova dimensão, trouxeram-lhe fama, reconhecimento e muitas críticas pelo método de trabalho que utilizara.

Hoje sabe-se que a Tróia descrita por Homero corresponde aos estratos 6 e 7 (1900 a 1100 a.C.) e que a Guerra de Tróia realmente ocorreu como descrita pelo poeta, no começo do século XII a.C. e teria sido ocasionada por uma disputa comercial entre os Aqueus (Gregos) e os Troianos (Frígios dos Balcãs, aparentados com os gregos), com a vitória dos primeiros.

Sabe-se também que a Tróia mais antiga, correspondendo ao último estrato, remonta à Idade do Bronze, cerca de 3000 a.C..
A Primeira Tróia, Nova Ílion, seria do período latino que vai de 85 a.C. a 324 d.C. e o tesouro que foi considerado como sendo de Príamo, na realidade, pertencera a um rei mil anos mais antigo do que ele. Depois de Schliemann, críticas à parte, a Arqueologia nunca mais foi a mesma. 
Onde da mesma forma foi baseada toda a saga dos Troianos.
Que até pouco tempo era uma mais uma das lenda de um romance épicos e fictícios. 
A palavra “fada” vem do latim “fata”, que significa destino. Eram consideradas senhoras que podiam ler, prever e mudar os destinos. E do francês arcaico “Faerie” .
Nos livros "As Brumas de Avalon" de Marion Zimmer Bradley, que recontam a história do Rei Artur, Morgana é uma das “Sacerdotisa Sagrada da Grande Mãe.”
Apesar da história de “Marion” ser pouco realista, retoma laços importantes de Morgana com a cultura pagã atual. Morgaine Le Fay ou Morgana Le Fay, sendo conhecida na Grã-Bretanha como Morgana das Fadas.
Antes de “Marion Zimmer Bradley”, escrever seu romance. 
Já existiam menções dela na mitologia Celta referindo as sacerdotisas Le Fay (Senhoras Fadas). 
Partindo de uma reflexão sobre os Celtas e a sua cultura, defende-se que a origem de Morgan le Fay poderá remontar às a mitologias de deusas célticas. 
Contudo, esta personagem é somente mencionada, em 1150, na obra Vita Merlini, de “Geoffrey of Monmouth”, sob o nome Morgen, uma figura até de cunho sobrenatural com características benéficas. 
Após o século XV, pouco ou quase nada se dirá mais sobre Morgan le Fay ou a ilha das sacerdotisas. Note bem que em 1150, muito antes de "Marion Zimmer Bradley", ter sonhos de sua existência na terra.
Apenas no século XIX, a sua figura voltará a inspirar inúmeros artistas que a ressuscitarão. 
Quem é Morgan le Fay? Como é o seu nome? Morgan Morgen? Morgana? É ela deusa? Fada? Bruxa? Feiticeira? 
Existem vários estudos críticos medievais sobre as origens de “Morgan le Fay”, e as sacerdotisas fadas de Avalon.
Permite nos concluir que esta personagem possui até afinidades profundas com a deusa, Morrígan da mitologia céltica irlandesa. Ao perceber ainda ser a figura feminina extremamente relevante para a religião dos Celtas, os quais viam nos fenômenos naturais a presença de uma divindade suprema, a encarnação da terra, que assumia sempre um rosto e um corpo femininos, compreendemos que importava então conhecer melhor o povo céltico. 
Agora a palavra “feérico” sim, diz; Que pertence ao mundo das fadas, ou é próprio de fadas; mágico, deslumbrante, maravilhoso, espetacular: iluminada, brilhante. 
Elementais são  grandes poderes da natureza, são inteligências vivas que fazem os movimentos da vida e morte na terra e no universo.
São os grandes poderes, os próprios elementos, Terra, Água, Ar, Fogo, Gelo, Cristais, Ferro e outros...
Existe a visão de fadas como espirito da natureza à que referimos como “elementais feéricos”, são espíritos da natureza, mas nem todos os espíritos da natureza são feéricos. 
Existem as tradição dos povos de Thule dos Vanir , Aesir, os Atlantes os Lemurianos, que contam, de povos que tinham na era hiperbórea vários clãs de povos “gente de carne e ossos”, sem asinhas e brilhos cintilantes e eram chamados de Povo de Fadas . (Aqui eles tinham como “fada”, tanto o gênero masculino quanto o feminino). E existem ainda outras versões desses povos.
Existem tradições de bruxaria que seguem esses cultos e crenças, no exterior e no Brasil. Temos clãs em São Paulo e até no nordeste.
Por favor, é muito bom manter suas crença de maneira a não, ser incompreensivo com a do outro. Pois como sempre dizemos, a minha verdade, pode não ser a verdade do outro, e nenhuma verdade é absoluta, mas é muito importante, pois ela pode estar enraizada, para ser a base da fé do outro. E a seus cultos de ancestrais.

Grato, Valdir Callegari
 
Autor: Valdir Callegari