Stregheria,Stregoneria ou Bruxaria Italiana são os nomes dados a Velha Religião ( Vecchia Religione) da região da Itália. Culto Pagão com origens nos velhos Mistérios Etruscos e Egeus. A Stregheria é uma Religião que é formada por diversos Clãs. (Tradições ou Familias), na maioria segue uma linhagem Hereditária e Oculta. O culto Streghe é diverso, mas segue principalmente os ensinamentos da Prima Streghe( Arádia ou Heródia).
A Deusa Diana e o Deus Cornifero Dianus Lucifero.



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Bruxo Callegari - TV Espelho Mágico

domingo, 10 de julho de 2016

Orixá Ijokú - A Esposa de Oxúmarê
Ijokú é um orixá feminina, pouco conhecida que esta ao lado de Oxúmarê, mas não é cultuada no Brasil, nem lembrada, porém sua função é importante para todos seres vivos da terra.
Assim como todos e quaisquer orixá, Ijokú é importante é uma ancestral.
Ijokú é a esposa de Oxúmarê, a verdadeira cobra e é o segundo arco - íris que vem junto ao de Oxúmarê.
Muitas pessoas tendem a dizer que Iyewá é a cobra femêa, o segundo arco - íris e a esposa de Oxúmarê.
Mas na verdade, não seria Iyewá o segundo arco-íris, nem a cobra femêa e nem a esposa de Oxúmarê, para desmitificar.
Iyewá ou Ewa é a senhora das chuvas, da névoa, o vapor da cachoeria, da beleza, da luz e da pureza, acompanha o seu irmão, Oxumarê, por isso tamanha confusão com Ijokú.
Ijokú é a esposa de Oxúmarê, equiparada à Vódun Frenkwen da Nação Jejê, é ela quem aparece ao lado do arco-íris de Oxúmarê na hora em que os cristais da água da chuva reflete ao raio de sol, também é ela que é vista como a cobra fêmea que aparece ao lado da cobra de Oxúmarê.
Acreditasse que muitas pessoas confundam a Orixá Ijokú com Iyewá, sendo que elas são muito parecidas, o que se sabe é que no Brasil seu culto não foi difundido, sendo ás vezes tratada como Oxúmarê femêa, por isso aquela velha história de dizer que Oxúmarê é seis meses macho, e seis meses fêmea, é por causa dessa confusão de cultos.
É por causa de sua esposa Ijokú também, que Oxúmarê só come bicho casado, ou seja, um macho e outra fêmea, pelo fato de Ijokú sempre acompanhar Oxúmarê em todos os lugares, e nisso se criou a necessidade de se cuidar de Ijokú juntamente com Oxúmarê.
Não é por causa de sua irmã Iyewá que Oxúmarê come casal, e nem é por causa de Iyewá que Oxúmarê também comanda a chuva, mas sim por causa de Ijokú, pois Ijokú é nuvem que caminha no céu, assim, quando Iyewá faz chover, é função de Oxúmarê controlar a direção da chuva e onde irá molhar, após, é Oxúmarê que faz a evaporação da água da chuva, voltando-a para o céu, nisso, Ijokú toma de volta ás águas, e tem por obrigação mantê-las flutuando sobre o céu, sendo as próprias nuvens.
Ijokú é apaixonada por Oxúmarê, e Oxúmarê também tem um grande amor por Ijokú.
Ela é considerada filha das Iyá Mí Eleyes com Oxalá, mas não é certificado disso, pois seus estudos não são concretos, então essa tese de quem é seus pais ainda está em pesquisa.
Seu culto na África é muito difundido nas terras Dahomeanas, na região de Mahí, junto com Oxúmarê.
Suas cantigas são todas em louvor ao céu, pela tamanha necessidade dessa divindade no Orún. Segundo os mais velhos, Ijokú não aproveitou muito sobre o Aiyê, pois teria morrido após Iyewá ter matado Ijokú envenenada, por isso, Ijokú também é considerada o próprio veneno das cobras.
Sua roupa é branca com detalhes em amarelo, usa um adê de coral e várias joias preciosas com búzios sobre sua roupa, ganhado de Oxúmarê.
Ijokú é a mulher poderosa, protegida de Oxúmarê e amada pelos Mahinos, sua consagração em Dahomeano é à de Vódun Frenkwen, é equipara à Hongolo-Mea na Nação Angola, pois Iyewá é equiparada à Zímbá Ngondá, uma Nkissi cobra que comanda as chuvas, e Oxúmarê equiparado a Hongolo, deixando claro que eles são de nações diferentes, ou seja, não são os mesmos.
Que Oxúmarê e Ijokú nos dê muito axé, riquezas, prosperidades e que tudo sempre se movimenta e faça a nossa evolução.


(Callegari Ty Gbesén)

sábado, 24 de outubro de 2015

Tradição de Fadas No Brasil

ENCONTRO DE FADAS - 2015 Brasil - Brazil Faerie Meeting

 

 Na XII Convenção de Bruxas & Magos de Paranapiacaba.
No Evento promovido pela Universidade Holística Casa de Bruxa.

Dia 31 de Maio de 2015 as 15:00Hs.

Realizamos...
O Primeiro Grande "Encontro de Fadas no Brasil".
Pela iniciativa da "Tradição de Fada Brasil - Green Faerie".
Iniciada em 2009 pelo (Mago Callegari.)

Centenas de Faes e admiradores das fadas e de suas "TRADIÇÕES" se reuniram, com muita beleza, acompanhados de música clássica, danças e rituais. Muitos vindos de outros Estados exclusivamente para participar do encontro.

Foi o "MAIOR" ritual de "FADAS" já realizado em nosso pais graças a união de todos, os que "Sonham e acreditam, que sonhos se realizam".

E aqui reafirmamos por "REGISTRO DE FATOS" que...
"Somos Uma Tradição" onde existem pessoas muito felizes, dedicadas ao trabalho nos cultos dos feéricos , fadas e elementais e sem nenhum medo de ser feliz!

Que cada encontro nosso possa ser maior e mais belo, graças a união de todas as fadas, bruxas, elfos, magos...
Que se elevem por todo o Brasil a Magia das Fadas e as Tradições de Fadas sejam firmadas cada vez mais em nosso solo.
Esse evento nada ficou a dever aos que são realizados no exterior e demonstrou o poder e força do povo de fadas brasileiro . Consolidando as Tradições de Fadas dentro da magia e do neopaganismo brasileiro.



Hail!!! A todas as Tradições de Fadas no Brasil!

(Far Callegari)

 

Nosso Grupo No Facebook...

 https://www.facebook.com/groups/wiccadasfadasgreenfaerie/

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DEMAISTV - ENIGMAS- ELEMENTAIS... GNOMOS, SEREIAS...EXISTEM?


Callegari no "Programa Enigmas" com Catya D Gaya & Cris D Pascoal.

Falando dos elementais!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A partir de quais critérios se reconhece algo como religião? Diferenças entre seita X religião.



 A partir de quais critérios um momento histórico reconhece algo como religião? 
Dito de outro modo: onde, quando e por quem os sistemas classificatórios são inventados e de que maneira adquirem legitimidade para serem aceitos como tais?
 A literatura sobre o campo religioso brasileiro tem demonstrado que as fronteiras institucionais que distinguem as religiões (não-católicas) entre si resultam de um processo histórico de alianças e conflitos entre atores religiosos e (não-religiosos) . 
 Nesse processo, as formas religiosas foram se constituindo e se modificando em função de um jogo de forças que opôs a eficácia simbólica daquilo que contextualmente fosse definido como mágico e a legitimidade social do que fosse assumido como religioso. Assim, embora as análises antropológicas mais recentes tendam a fixar essas cosmovisões e seus rituais como inerentes às identidades religiosas  supondo implicitamente que essas práticas já nasceram como "religiões" definidas, pode-se perceber a partir dos dados históricos apresentados pela literatura que as particularidades dos contextos locais, as personalidades e as trajetórias dos agentes mediadores que procuram institucionalizar certas práticas e os limites colocados pelas diretrizes jurídico-políticas do Estado promoveram arranjos muitas vezes difíceis de enquadrar nas tipologias religiosas produzidas pelos modelos acadêmicos.  A jovem República tinha diante de si a difícil tarefa de transformar as naturezas primitivas de negros, mulatos e índios (e imigrantes) em uma só sociedade civil, a qual se fundamentaria sobretudo na produção de sujeitos passíveis de serem submetidos à normatividade das leis e na moralidade da religião (cristã). Tratou-se então de absorver e reinterpretar o conhecimento antropológico disponível para discernir o mais claramente possível aqueles que poderiam ser objeto da normatividade legal: feiticeiros, curandeiros, charlatões, exploradores da credulidade pública ou simples vítimas. 
 Se a liberdade religiosa foi cronologicamente a "primeira", a que serviu de modelo para todas as outras formas de liberdade civil, a constitucionalidade jurídica da República se viu às voltas com o problema de separar, no confuso quadro das práticas da população, o que era "religião", portanto com direito a proteção legal, daquilo que era "magia", prática anti-social e anômica a ser então combatida. Em contrapartida, as diversas forças sociais, médicos, advogados, curandeiros, filhos-de-santo etc. Procuravam influir como podiam nesses processos classificatórios ao mesmo tempo simbólicos e políticos. Na verdade, a extensa agenda do regime republicano para laicizar o Estado e excluir critérios religiosos da cidadania começou por ocupar-se exclusivamente da Igreja Católica. Outras religiões não foram objeto de debate sistemático, a não ser o protestantismo, que naquele momento já disputava seu lugar no espaço público, sobretudo por meio da atividade educacional.
Portanto, a noção genérica de "religião" a partir da qual se garantiram legalmente a liberdade religiosa e a expressão dos cultos teve como matriz o intenso debate jurídico sobre a melhor maneira de regular os bens, as obras e as formas de associação da Igreja Católica.
Na formulação de "Giumbelli", as disputas em torno da liberdade religiosa que constituíram o espaço civil republicano nunca versaram sobre "qual religião teria liberdade, mas quase sempre sobre a liberdade de que desfrutaria a religião [católica]", uma vez que não havia então qualquer outro culto estabelecido, nem se concebiam outras práticas populares como religiosas.
Mas se religião consistia consensualmente apenas naqueles cultos praticados pela Igreja Católica, como regulamentar as outras práticas que se expressavam no espaço público? 
 A Constituição de 1891, ao dissolver o vínculo entre Igreja e Estado, suprimiu as subvenções oficiais, mas autorizou toda confissão religiosa a associar-se para esse fim e adquirir bens. Impediu no entanto a institucionalização de associações religiosas em templos ou igrejas, atribuindo-lhes o mesmo estatuto de outras entidades da sociedade civil .
O próprio processo repressivo operante entre 1920 e 1940 teria contribuído para o reconhecimento do estatuto religioso das práticas espíritas, que no início do século XX não tinham a menor pretensão de se fazer reconhecer como religião. No entanto, ao propagar suas atividades de assistência aos necessitados em "gabinetes clínicos", os espíritas desafiaram um dos pilares da ordem pública urbana: o controle da saúde pública mediante o cerceamento do exercício ilegal da medicina. Ao examinar casos de denúncias nesse sentido julgados nos tribunais, o autor aponta que se travou um debate em torno das formas legítimas e ilegítimas de praticar o espiritismo cujo fulcro era a oposição entre religião e magia (espiritismo como doutrina e como curandeirismo), substrato da distinção entre crença e exploração da credulidade pública. A descriminalização da mediunidade e das práticas curativas a ela associadas será resultante de um processo de transformação do espiritismo em uma forma de culto religioso. Se o médium é um crente (nos espíritos que dão assistência e curam), não há em seu ato nenhum estelionato, visto que se trata de um rito religioso, instrumento da ação divina.
Processos muito semelhantes constituíram o estatuto religioso da umbanda em São Paulo no período 1920-50. Também organizados como associações civis para se proteger das sanções legais, os terreiros foram pouco a pouco assumindo estatuto de religiões, mas para tanto abrigaram-se sob a rubrica do espiritismo, cujas práticas eram mais facilmente aceitas como religiosas do que aquelas de origem africana, marcadas pela ideia de magia. 
Em seu trabalho sobre a institucionalização da umbanda em São Paulo, Negrão relata que entre 1920 e 1940 as associações umbandistas eram registradas em cartório como espíritas, pois só assim podiam exercer publicamente suas atividades sem sofrer perseguição policia .No interior desse quadro legal, as diferentes associações selecionavam estrategicamente os arranjos rituais que melhor funcionassem para o tenso equilíbrio entre aquilo que devia ser feito para angariar reconhecimento no âmbito local das relações sociais e aquilo que devia ser evitado para não sofrer acusações que pudessem cair na órbita do poder público. Veremos adiante como essa tensão permanente entre os interesses particulares e locais relacionados ao "sucesso" de uma casa de culto e as necessidades de legitimidade inerentes às suas variadas formas de publicização (desde autorizações para ocupar espaços públicos até concessões de meios de comunicação) alimentou continuamente as mudanças nas configurações rituais dos diferentes cultos.
Em face das disputas históricas que marcaram as distinções entre o religioso e o mágico no país, podemos perceber como a ideia weberiana de "secularização" é insuficiente para explicar a construção do espaço público no Brasil. A instauração de um Estado secular produziu ao mesmo tempo um espaço civil e novas religiões. A demarcação das fronteiras religiosas foi resultado de um processo histórico de diferenciação entre magia e religião, e seus limites se deslocam continuamente em função dos consensos produzidos a cada momento. O pluralismo religioso, convencionalmente compreendido como tolerância com a diversidade de cultos e como respeito à liberdade de consciência, se constituiu às avessas no Brasil: não foi fundamento do Estado moderno, mas seu produto.
Ainda que para determinadas práticas o "tornar-se religião" tenha representado a única forma socialmente legítima de existirem no espaço público, não se pode inferir que essas práticas assumiram em seu "modus faciendia" forma daquilo que a literatura especializada convencionou chamar de "religião": um sistema doutrinário de crenças em deuses. Com efeito, as formas de crença supostas pela literatura subjetivadas e racionalizadas não parecem dar conta do modo como os sujeitos circulam entre casas de culto e se apropriam das práticas rituais disponíveis. As lutas pela legitimidade social lançam mão de códigos compartilhados (o jogo entre caridade e feitiço) a fim de produzir poder social e simbólico em cada situação. Ocorre porém que esses códigos parecem funcionar com sinais trocados: quanto maior o poder social (investido no ideal da caridade/gratuidade), menor o poder simbólico (força mágica do feitiço/dinheiro). A recente expansão do neopentecostalismo não modificou os termos dessa equação; antes, produziu uma equação com maior capacidade de generalização.



Vamos entender as diferenças entre seita X religião. Apesar de ambas possuírem seguidores, há diferenças pequenas entre seita X religião. Vamos entender cada uma abaixo:

Seita

A seita deriva de um termo que vem do latin “secta” que significa seguidor, todo grupo que segue uma determinada corrente seja ela religiosa, política, musical entre outros ramos são designados com indivíduos de uma seita, esses grupos por defenderem uma ideia, ou pessoa específica muitas vezes são julgados por algumas religiões.

Na época em que os pensadores gregos ainda habitavam o mundo dos vivos, a palavra para definir esses grupos era heresia que no grego seria háiresis, traduzindo significa escolha, tomar partido, corrente de pensamento, anos depois passou a ser designada para o latim se transformando em secta.

Religião

A religião no geral é seguida por um grupo de pessoas que acreditam em Deus, ou entidades divinas, seguindo crenças culturais, visões do mundo segundo a doutrina de cada uma dessas religiões, cada uma das religiões estipula como seus seguidores devem se portar diante da sociedade, fazem com que o homem que crê entre em contato com o divino, cada um da sua maneira.

Em algumas religiões não são aceitos os costumes de pessoas que estão fora do convívio social dela, desde os primórdios da religião essa divisão religiosa ocorre, em alguns casos religiões afro descentes e seitas são taxadas de malignas e más por não seguirem os padrões religiosos impostos pelo cristianismo que foi uma das primeiras religiões a habitar a vida das pessoas.


O que é uma Tradição ?

TRADIÇÃO...


A palavra "Tradição" teve originalmente um significado religioso: doutrina ou prática
transmitida de século para século, pelo exemplo ou pela palavra. Mas o sentido se
expandiu, significando elementos culturais presentes nos costumes, nas Artes, nos
fazeres que são herança do passado. Em sua definição mais simples, tradição é um
produto do passado que continua a ser aceito e atuante no presente. É um conjunto de
práticas e valores enraizado nos costumes de uma sociedade. Esse conceito tem
profundas ligações com outro como cultura e folclore. E, em geral, é matéria de estudo
das ciências sociais, sendo objeto de pensadores clássicos da Sociologia como Max
Weber.
A tradição tem, na perspectiva sociológica, a função de preservar para a
sociedade costumes e práticas que já demonstraram ser eficazes no passado. Para
Weber, os comportamentos tradicionais são formas puras de ação social, ou seja, são
atitudes que os indivíduos tomam em sociedade e são orientadas pelo hábito, pela noção
de que sempre foi assim. Nessa forma de ação, o indivíduo não pensa nas razões de seu
comportamento. O comportamento tradicional seria, então, uma forma de dominação
legítima, uma maneira de se influenciar o comportamento de outros homens sem o uso da
força.
Uma visão clássica da tradição nas ciências sociais acredita que ela teria
dificuldades em acompanhar as mudanças e, à medida que o liberalismo e o
individualismo foram ganhando espaço no Ocidente, os comportamentos tradicionais
teriam perdido espaço. As tradições, nesse sentido, teriam se enfraquecido com a
industrialização e o nascimento das sociedades industriais, dando lugar a uma rotina cada
vez mais preenchida pela ciência e pela técnica.
Mas as tradições evoluem e se transformam com as novas necessidades de cada
sociedade, funcionando inclusive para impedir que ela se dissolva. Segundo Dominique
Wolton, a tradição não é mais vista pelas ciências sociais como uma coisa arcaica, mas
como aprendizagem, reapropriamento. Para ele, na medida que as sociedades se
modernizam, a tradição aparece para suportar a mudança social, pois nenhuma
sociedade muda radicalmente, sendo que cada fase de mudança possui também
estabilidade.
Outra perspectiva comum é a relação feita entre tradição e modernidade. Para
Boudon e Bourricard, é corriqueira a oposição entre sociedades tradicionais e sociedades
industriais. O problema dessa oposição é que ela não traz uma definição clara de quais
são as características de uma sociedade tradicional. Na verdade, ela engloba sociedades
tão diferentes quanto o Sacro Império Romano Germânico e a Babilônia, em contextos
históricos totalmente diversos. E, assim, a definição de sociedades tradicionais termina
por se basear não nas características que elas compartilham, mas nos elementos que elas 
não possuem, e existem nas sociedades modernas, como a escrita, a divisão de trabalho com 
ênfase na produção, as trocas interpessoais. Para esses autores, em vista desses problemas 
é muito mais interessante hoje o uso do conceito de tradição do que de sociedades 
tradicionais, pois tradição é algo que pode existir em todas as sociedades,inclusive nas 
industriais.
A tradição como tema de estudos tem também ganhado espaço na História.
Eric Hobsbawm, por exemplo, estudando o mundo contemporâneo, utiliza o
conceito de tradições inventadas para denominar o conjunto de práticas, de natureza
ritual ou simbólica, regulado por regras aceitas por todos, que tem como objetivo
desenvolver na mente e na cultura determinados valores e normas de comportamento,
por meio de uma relação com o passado feita pela repetição constante dessas práticas.
Para Hobsbawn, uma das características das tradições inventadas é que elas
estabelecem uma continuidade artificial com o passado, pela repetição quase obrigatória
de um rito. As tradições têm como função legitimar determinados valores pela repetição
de ritos antigos (ou de ritos definidos como antigos, no caso das tradições inventadas),
que dariam uma origem histórica a determinados valores que devem ser aceitos por todos
e se opõe a costumes novos.
Hobsbawm defende que um dos aspectos mais fortes da tradição é sua
característica invariável, ou seja, seria um conjunto de práticas fixas que, por serem
sempre repetidas de uma mesma forma, remeteriam ao passado, real ou imaginado.
Mas muitas pesquisas antropológicas recentes, assim como trabalhos sobre o
folclore, contestam o caráter fixo das tradições. Para essas, a cultura popular nas
tradições e manifestações folclóricas se renova constantemente por meio da criação
anônima. No caso de Hobsbawm, ele estuda tradições inventadas pelas sociedades
industriais, que, após a Revolução Industrial, tiveram de criar novas rotinas e novas
convenções. São rituais e eventos que, segundo ele, são muitas vezes criados por um só
personagem, no caso das tradições inventadas. É o caso do escotismo, o corpo dos
escoteiros, instituição internacional criada por Baden Powell, em 1909, com o objetivo de
aperfeiçoar física e moralmente os jovens. O escotismo está repleto de tradições
inventadas, na forma de rituais e normas de comportamento, constantemente repetidos e
ensinados aos novos membros. Também a realeza britânica possui muitas tradições
mencionadas por Hobsbawm, algumas inventadas e outras autênticas, sempre repetidas,
como a cerimônia de coroação ou de sepultamento da realeza na abadia de Westminster,
como para reafirmar a Antiguidade e a legitimidade da monarquia. Nesse sentido, tradição
também tem uma ligação muito forte com o conceito de Antiguidade como um período de
grandes homens, uma Idade de ouro.
Sociólogos como Tom Bottomore e William Duthwaite, por sua vez, acreditam que
o termo tradição deve ser empregado para as esferas mais importantes da vida humana,
como a religião, o parentesco, a comunidade etc., deixando as esferas menores de ritos e
costumes cotidianos com o conceito de folclore. Defendem, além disso, que as tradições
não são necessariamente estáticas ou imóveis. Para eles, migrações e mesmo revoluções, que são fenômenos geradores de mudança por excelência, algumas vezes
estão baseados no desejo de disseminar tradições ou de protegê-las. Eles dão como
exemplo a Reforma Protestante, fenômeno que gerou muitas mudanças sociais e
culturais, mas que teve como base um desejo de retornar às tradições do Cristianismo
primitivo. Por outro lado, poderíamos acrescentar que a colonização da América
espanhola vivenciou também tentativas da Coroa, da Igreja e de determinados grupos
sociais de transferir para as colônias tradições e costumes antigos na própria Espanha,
como o Catolicismo e a cultura da fidalguia.
Outro exemplo do trabalho histórico com a tradição é o estudo do pensamento
ibérico barroco e moderno, por Rubem Barboza Filho, que por meio da tradição procura
entender a constituição das identidades da América Ibérica. Barboza Filho observa a
influência da tradição na formação do caráter moderno da Ibéria. Pensa tradição como um
elemento vivo e atuante, que aparece na vida social do presente. Afirma que o conceito
de tradição foi muito utilizado pelos pensadores ibéricos, como Unamuno, na passagem
do século XIX para o XX, como uma forma de crítica à modernidade, de projeto alternativo
à modernização da Europa que não incluía a Espanha. Muitos intelectuais espanhóis de
então defendiam a revalorização das tradições ibéricas como forma de, mediante
elementos culturais puramente espanhóis, tornar possível superar a decadência na qual o
país se encontrava. Os elementos que Unamuno caracterizou como tradicionais na
cultura espanhola foram a fé, a paixão, a mística. Elementos opostos à modernidade, por
sua vez definida pela ciência e técnica. Personagens como El Cid e Dom Quixote, a
tradição cultural do Século do Ouro (o século XVI na Espanha, auge do império
espanhol), da Arte barroca, da Inquisição e do poderio do Catolicismo e da monarquia
foram recuperados na passagem do século XIX para o XX como elementos de tradição
úteis para a construção de uma identidade própria e conservadora da Espanha, diante da
expansão da modernidade ocidental.
Vemos, assim, que tradição possui muitos significados: pode estar atrelada ao
conservadorismo e ao resgate de períodos passados considerados gloriosos; pode ser
inventada para legitimar novas práticas apresentadas como antigas. Muitas vezes é
pensada como imóvel, mas hoje cada vez mais estudiosos percebem suas ligações com
as mudanças. Está ligada ao folclore, à cultura popular e à formação de identidades.
Assim, é um tema muito prolífico, que dá margem a discussões variadas. No
Brasil, onde a cultura popular está sendo recuperada cada vez de forma mais intensa e
onde também surge um forte movimento de revalorização das tradições e do folclore, é
importante que os professores de História entendam os sentidos dessas noções, assim
como suas diferenças: enquanto a tradição está atrelada a costumes, ritos e valores mais
abrangentes, o folclore trabalha principalmente com as tradições da cultura popular.



Fontes: 
BARBOZA FILHO, Rubem. Tradição e artifício: iberismo e barroco na formação
americana. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: Ed. UFMG/Ed. IUPERJ, 2000.
BOUDON, Raymond; BOURRICAUD, François. Dicionário crítico de sociologia.
São Paulo: Ática, 1993.
DUTHWAITE William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do
século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A invenção das tradições. São

Paulo: Paz e Terra, 2002.  

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Os Elementais dos Cristais

Os Elementais dos Cristais

Aqui adentramos o mais poderoso reinos dos elementais.
Entre essa classe de elementais que estão fora da classificação de “Paracelso”, ficam na mais elevada ordem de elementais em evolução e campo vibracional.
Como seres inter dimensionais, são compostos de energia vibracional muito elevada, entram já na classe de hierarquias cósmicas, onde trabalham com Devas , Avatares e Ascensionados aos quais eles auxiliaram na evolução. 
No caso dos mencionados “Avatares”, que sempre são orientados por essa classificação de elementais.
Eles vibram em todas as cores das esferas luminosas , desde o branco puro até as sete cores do arco- íris, tão deslumbrantes, que turvam a visão por excesso de luz ou brilho. Esses elementais acabam por fazer parte do trabalho com a grande confraria dos mestres ascensionados, como muitos referidos na “Grande Fraternidade Branca.” Que geralmente os tem como os “Sete Mestres”, e quando outro entra na escala da hierarquia dos sete, o seguinte sobe para uma esfera mais elevada , para que o que acabou de chegar nessa escala de evolução, possa ocupar o seu lugar.
Na verdade existem milhares de ascensionados de vários pontos do universo, que se unem na dimensão desses elementais ligados ao reino dos Cristais.
Sua dimensão é a mais fantástica e bela que possamos imaginar, com cidades de cristal, céus coloridos como a aura boreal e estruturas cristalinas vivas, que podem crescer como se fossem vegetais, que concedem um aspecto ainda mais maravilhoso a esse já fantástico reino. Eles trabalham puramente por emanações de luz que são amplificadas pelos cristais, que agem como potencializadores de suas irradiações.
Podem ser classificados entre os "Elfos-Boreais" ou "Elfos da luz".
Esses elementais possuem as mais diversas formas, um espetáculo feérico (de brilho próprio) , já foram registrados em algumas experiências com fotos, em institutos de pesquisas paranormais. Trabalham em sete planos vibracionais, sete acima, sete abaixo, sete a direita e sete a esquerda..
Fornecem a condução as fontes de energia cósmica para os chacras, enquanto os homens dormem, restauram sua auras. Existem em seus reinos fontes de energia inesgotável, suficiente para manter vários sistemas planetários e varias galaxias.




(Autor: Valdir Callegari)


O Povo Pequeno




O Povo Pequeno (Little People) é uma raça humanóide aborígene que originalmente habitava as Ilhas Britânicas. Na aurora do mundo havia uma grande quantidade deles, vivendo nas profundezas das florestas e bosques intocados. Nessa época eles guardavam forte semelhança com os humanos, exceto pela estatura os mais altos tinham 1,20 m e pelo porte esguio, feições delicadas e grandes olhos.
O Povo Pequeno possuía uma forte ligação com a terra e alguns acreditam que eles dominavam magia e rituais, embora não haja provas desse conhecimento arcano. A espécie constitui a base para muitos mitos e lendas a respeito de elfos, fadas e outras criaturas místicas do folclore britânico.
A medida que os primeiros colonos humanos atravessaram o Canal da Mancha se fixando nas Ilhas Britânicas, o choque entre as raças foi inevitável. O Povo Pequeno ficou conhecido por sequestrar crianças humanas na calada da noite e substituí-las pelas suas próprias.
O Povo Pequeno procurava sobretudo mulheres humanas, com as quais tentavam se reproduzir, gerando crias híbridas. Mulheres humanas, eram raptadas levadas até o centro da tribo , na esperança de que fosse impregnada com sua semente. Em seguida a mulher era libertada na floresta, eles aguardavam até ela dar a luz para que a criança fosse reclamada. É possível que alguns povos humanos primitivos considerassem esse costume uma espécie de honra, e de bom grado oferecessem meninas ao Povo Pequeno de bom grado logo após o primeiro ciclo menstrual. As crianças híbridas eram consideradas mágicas. Mas a grande maioria dos colonos ficaram horrorizados com o resultado dessa união e reagiram os ferindo com ferro.
Gradativamente, o Povo Pequeno começou a ser exterminado pelos humanos e empurrado para o interior da ilha, fixando-se nas florestas mais densas e daí para o subterrâneo sob montanhas e ravinas.
O Sul da Inglaterra e do País de Gales recebeu a maioria desses sobreviventes que escavaram túneis profundos que os conduzia ao coração da terra onde eles se escondem por gerações.

Com o tempo, o Povo Pequeno foi esquecido pelos humanos e sua existência de fato, suplantada pela crença de que eles não passavam de lendas, contos de fada benignos. A verdade, no entanto, é bem menos inocente. O Povo Pequeno continua vivendo em bolsões isolados nas regiões mais selvagens de Gales, da Irlanda e do Sul da Inglaterra. Eles guardam um profundo rancor dos humanos.
Nas raras ocasiões que humanos adentram os domínios do Povo Pequeno a reação tende a ser de não deixa-los sair. Mulheres capturadas são arrastados para os subterrâneos para gerar filhos.Se libertadas tem suas mentes apagadas. Em seguida em geral completamente enlouquecida pela experiência de não se lembrar de nada do que aconteceu. As crianças nascidas dessa união, em geral são híbridas com características que remetem mais ao Povo Pequeno, o que é atribuído a algum tipo de deformidade congênita. Essas crianças, quando sobrevivem, acabam eventualmente se juntando aos seus pais nos subterrâneos. Há casos, entretanto, de crianças que nascem herdando traços humanos e que são capazes de crescer e se misturar às pessoas normais embora, eles sejam vistos com desconfiança, por razões que a maioria não consegue explicar. Esses híbridos são muito valiosos para o Povo Pequeno e quando se juntam aos seus "pais" são alçados a posições de liderança.
Membros do Povo Pequeno parecem fisicamente com humanos de baixa estatura, muito esguios e atléticos. Se vistos rapidamente, podem ser facilmente confundidos com crianças selvagens. Eles são mestres em ocultar sua presença quando andam nas florestas e bosques. Essa habilidade nata impede que sejam vistos claramente. Eles possuem cabelos longos, lisos e amarrados em tranças enfeitados com folhas e flores. Sua pele é pálida em certos casos, alguns apresentam escamas abdominais. Seus olhos são grandes, arredondados e brilhantes denotando um brilho animalesco que foge de qualquer racionalidade.
O Povo Pequeno é primitivo eles não dominam as mais básicas noções de civilidade; desconhecem e desprezam o fogo uma vez que resistem bem ao rigor da temperaturas e enxergam perfeitamente no escuro. As poucas ferramentas que eles criam são rústicas: lanças, machados e facas feitas de pedra lascada, ainda que extremamente afiadas e manejadas com precisão mortal. Na maioria das vezes eles não vestem roupas, mas os líderes carregam ornamentos e adereços que indicam seu status superior. Eles se comunicam com uma série de grunhidos sibilantes, e podem também se comunicar usando alguns simples hieróglifos cervulíneos Esses símbolos, uma simplificação do idioma Aklo valusiano cobre as paredes dos refúgios subterrâneos que servem como lar para o Povo Pequeno. As tribos tendem a venerar diferentes deuses negros do Mythos, sendo que Yig e Shub-Niggurath são as divindades mais tradicionais.
Em virtude da grande quantidade de lendas a respeito de "Povos Pequeninos" encontrada em várias culturas e civilizações, é possível que o Povo Pequeno possa ter existido (ou ainda exista!) em outros continentes.



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O que é Gnose?

O que é Gnose:

O termo gnose deriva do termo grego "gnosis" que significa "conhecimento". É um fenômeno de conhecimento espiritual vivenciado pelos gnósticos (cristãos primitivos sectários do gnosticismo). Para os gnósticos, gnose é um conhecimento que faz parte da essência humana. É um conhecimento intuitivo, diferente do conhecimento científico ou racional.

Gnose é o caminho que pode guiar à iluminação mística através do conhecimento pessoal que conduz à salvação. A existência de um Deus transcendente não é questionada pelos gnósticos, pelo contrário, veem no conhecimento divino um caminho para atingir um conhecimento mais profundo da realidade do mundo.

O gnosticismo está relacionado com ensinamentos esotéricos da cultura grega e helenística, que expõe aos seus iniciados um caminho de salvação que tem como base o conhecimento de certas verdades ocultas a respeito de Deus, do homem e do mundo.
O gnosticismo cristão designa um conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio homem. Assim,  o homem é visto como um ser divino que caiu na terra de forma desastrosa, e que só pode se libertar dessa condição através de uma verdadeira Revelação.
gnosiologia é a área da filosofia que se ocupa do estudo dos fundamentos do conhecimento humano.

Gnose e maçonaria

O gnosticismo pode ser qualificado como uma religião. No entanto, apesar de não ser considerada como uma religião, a maçonaria está relacionada no sentido em que tem como objetivo alcançar o Conhecimento Integral (profundo conhecimento em várias áreas distintas), ou seja, tem bastantes semelhanças com o gnosticismo, onde a gnose desempenha um papel de grande relevância.

O que é Mito?

O que é Mito:

Mito são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram.
Um dos objetivos do mito era transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado, através de rituais em cerimônias, danças, sacrifícios e orações. Um mito também pode ter a função de manifestar alguma coisa de forma forte ou de explicar os temas desconhecidos e tornar o mundo conhecido ao Homem.
Mito nem sempre é utilizado na simbologia correta, porque também é usado em referência as crenças comuns que não tem fundamento objetivo ou científico. Porem, acontecimentos históricos podem se transformar em mitos, se tiver uma simbologia muito importante para uma determinada cultura. Os mitos têm caráter simbólico ou explicativo, são relacionados com alguma data ou uma religião, procuram explicar a origem do homem por meio de personagens sobrenaturais, explicando a realidade através de suas historias sagradas. Um mito não é um conto de fadas ou uma lenda.
A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Alguns dos mitos mais conhecidos fazem parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e falar da cultura grega. Fazem parte da mitologia grega os deuses do Olimpo, os Titãs, e outras figuras mitológicas como minotauros e centauros.
Um mito é diferente de lenda, porque uma lenda pode ser uma pessoa real que concretizou feitos fantásticos, como Pelé, Frank Sinatra, etc. Um mito é um personagem criado, como Zeus, Hércules, Hidra de Lerna, Fênix, etc.

Mito da Caverna

O mito da caverna possui vários outros nomes, como "alegoria da caverna", "prisioneiros da caverna" ou "parábola da caverna". Essa alegoria faz parte da obra "A República", da autoria do filósofo grego Platão.
Nesta narração, Platão nos convida a imaginar uma caverna onde dentro existem humanos que nasceram e cresceram dentro dessa mesma caverna. Eles nunca saíram, porque se encontram presos no seu interior. Os habitantes da caverna estão de costas voltadas para a sua entrada. Fora da caverna, existe um muro alto que separa o mundo exterior da caverna. Os homens existentes no mundo exterior mantêm uma fogueira acesa, e os ruídos que fazem podem ser ouvidos dentro da caverna. De igual forma, as suas sombras são refletidas na parede no fundo da caverna, e os seres humanos acorrentados, vêm as sombras e pensam que elas são a realidade.
Em seguida, Platão pede que imaginemos que um dos seres humanos acorrentados consegue fugir  da caverna, subir o alto muro e passar para o outro lado, descobrindo que as sombras que antes via, vinham de homens como ele. Além disso, descobriu também a natureza que existia do outro lado do muro. Platão discursa então sobre o que esse homem fará com essa nova realidade e o que poderá acontecer se ele resolver voltar para a caverna, contando aos outros que a vida que estão vivendo é na realidade um engano. Poderá acontecer que os outros homens o ignorem completamente, ou no pior dos casos, que o matem, por considerarem que ele é um louco ou mentiroso.
Através desta alegoria, Platão nos remete para a situação que muitos seres humanos vivem, num mundo de ilusão, e presos por crenças errôneas, preconceitos, ideias falsas, e por isso vivem em um mundo com poucas possibilidades, assim como os homens na caverna.
Platão usou essa narrativa para explicar como o ser humano pode obter libertação da escuridão com a ajuda da luz da verdade, falando também da teoria do conhecimento, do conceito de linguagem e educação como alicerces de um Estado Ideal. Contudo, é importante perceber que indivíduos que procuram espalhar a luz e a verdade - como o homem que regressara à caverna - são muitas vezes mortos. Esse foi o caso de Sócrates, que foi condenado à morte, depois de ter sido acusado de corromper a mente dos jovens.

Mito de Narciso


Na mitologia grega, um dos mais famosos mitos é o de Narciso, um jovem tão bonito que despertou o amor de Eco, uma bela ninfa. Narciso rejeitou esse amor, fazendo que a ninfa ficasse destruída com a rejeição. Como castigo, a deusa Nêmesis fez com que ele se apaixonasse pelo próprio reflexo no rio, de tal forma que Narciso morreu afogado.

Ciência versus Religião - Conflitos Eternos?

Ciência versus Religião


À luz das pesquisas mais recentes, a fé religiosa não tem mais sentido, sobretudo quando procura explicar o Universo, a vida e as leis que os regulam. Mas quando recuam até o princípio desse processo, ciência e religião encontram-se diante do mesmo e (até agora) inexplicado mistério: de onde surgiu tudo isso?


É certo que em muitos países do mundo ocidental a religião se encontra em franco retrocesso, ainda que a maioria das pessoas continuem buscando aquilo que se chama um sentido para a vida. Surpreendentemente, é um ramo da ciência que estimula cada vez mais essa busca. Eu me refiro àquela parte da Física que se ocupa das questões básicas do tipo de onde saiu o Universo ou como ele surgiu.
Em geral, a ciência não desfruta de uma imagem social, muito simpática, hoje em dia. 
Ela é considerada fria, impessoal, carente de sentimentos. Há até quem a culpe pelo fato de que o homem já não seja considerado o ponto central e absoluto de todas as coisas, tal como acontecia no tempo em que a imagem do mundo era descrita pelas religiões tradicionais, e de que tenhamos de nos conformar com a ideia de que a humanidade é algo insignificante, alojada em um planeta sem importância que se desloca a enorme velocidade pelo vazio do Universo. Assim, não sobra do homem muito mais do que a teoria de que é mero acidente, sem alma, sem objetivo e sem finalidade alguma em um Universo sem sentido, que surgiu sem nenhuma planificação prévia.

Mas comecemos pela questão da criação, ou melhor, da formação do Universo. 
Por quem e com que meios foi ele criado? Todas as religiões possuem seus mitos próprios sobre a criação, um ato planificado de uma divindade que já existia anteriormente. Vejamos agora o ponto de vista da ciência. O conjunto do Universo apareceu há aproximadamente quinze bilhões de anos devido a uma gigantesca explosão, que popularmente ficou conhecido como Big Bang. Dela há duas provas importantes: o Universo ainda continua em expansão e conserva um mínimo do calor daquela explosão, cuja magnitude jamais se calculou. 
No entanto, é possível medir esse calor que ainda esta no Universo, como uma radiação remanescente, e ele é mais ou menos de quatro graus acima do zero absoluto ( N. da R.: mais ou menos 270 graus abaixo de zero, pois na escala Celsius, que utilizamos no Brasil, o zero absoluto corresponde a 273 graus negativos).
Por outro lado, a maioria dos pesquisadores do Cosmos aceita, atualmente, que no momento da criação do mundo o tempo e espaço, estavam infinitamente distorcidos, numa situação que se chama singularidade. Essa singularidade também pode se chamar limite ou fronteira. Ou seja, limite ou fronteira do espaço e do tempo. De qualquer forma, não é possível falar de estado de singularidade e, simultaneamente, do espaço e tempo. Em um estado de singularidade não existe absolutamente nada, nem espaço nem tempo. Dessa forma, no estado de singularidade temos diante de nós a verdadeira origem do espaço e do tempo.
Muita gente ainda tem uma ideia equivocada do Big Bang, o que é mais do que desculpável. Normalmente se acredita que havia um pedaço de matéria, extremamente comprimida, que existia por toda a eternidade, num pequeno pedaço de vazio sem limites. O pesquisador, ao contrário, vê isso de forma muito diferente. Se se toma a sério o estado de singularidade, então fica desde logo excluída a possibilidade de existência de tempo antes do Big Bang. 
Da mesma forma, que não existia o espaço vazio. Ambos surgiram do nada no momento da explosão. É assim, por mais difícil que nos pareça chegar a entender tudo isso.
Pelo menos nos primeiros tempos, essa teoria do Big Bang provocou muitas discussões entre os cientistas, pois mesmo entre eles havia quem imaginasse que não aparecera, apesar de tudo, nenhuma explicação para o surgimento repentino do Universo. E mais ninguém podia também explicar de onde vieram a matéria e a energia que apareceram naquela hora. Para muitos, dessa forma, continuou parecendo possível acreditar em algo semelhante à criação, tal como descrita nos livros religiosos. E há ainda outro mistério a explicar: por que o Universo tomou a forma e a organização que hoje conhecemos?
Fica claro que, imediatamente após o Big Bang, matéria e energia ficaram distribuídas de um modo assombrosamente uniforme. O Big Bang é, todo ele, uma coisa extraordinariamente uniforme. Todas as regiões do Universo nasceram da explosão no mesmo momento e exatamente com a mesma força. Mas isso ainda não é tudo. 
Em todo esse Universo, tão regular em suas características, havia desde o princípio uma pequena dose de diversidade, impossível de calcular. Uma ínfima capacidade de inobservância ou descumprimento das regras. Daí partiram os primeiros passos rumo à formação dos sistemas e das galáxias.
Muitos pesquisadores acreditam que já no primeiro momento ficaram decididas as questões mais importantes que definem nosso Universo e que se pode explicar por que tudo é assim e não de outra forma qualquer. A chave do entendimento de todo esse conjunto está na Física Quântica. Normalmente, suas leis têm explicação apenas em processos que ocorrem dentro das menores coisas, como os átomos, ou ainda nos núcleos dos átomos.
Mas o estado do Universo imediatamente após o Big Bang era tão extremo que era possível que os efeitos dos quanta tenham provocado a sua estruturação tal como a conhecemos agora. Cálculos já realizados demonstram que muitas das peculiaridades do Cosmos, que hoje ainda parecem misteriosas, tem explicação perfeitamente natural quando se explicam a elas as leis da mecânica quântica. Isso também vale para quando se deseja investigar por que o Universo, de um lado, é tão uniforme, e de outro, está estruturado de forma tão irregular que tornou possível o aparecimento das galáxias.

Desde que consiga explicar isso, não será mais necessário colocar nas mãos planificadoras de Deus a responsabilidade por tais peculiaridades do Universo, tudo acontece numa ordem sucessiva adequada, de acordo com as leis da Física Quântica. E há algo mais significativo: essa leis permitem explicar por que podem surgir do nada, com toda naturalidade, a energia e a matéria.
Em Roma, a cerca de dois mil anos, o poeta Lucrécio escreveu: "Do nada não pode sair nada". Agora parece, ao contrário, que do nada pode sair tudo: espaço, tempo, energia, matéria e até mesmo ordem. Dito isso, fica claro que o conceito de Deus está outra vez excluído das preocupações da ciência, pois as leis as Física são suficientes para explicar todo o Universo, inclusive sua aparição.
Isso significará, então, que a ciência suprimiu definitivamente Deus? Nesse particular, só posso falar por mim mesmo. Eu creio que o antigo conceito de Deus, que tocou com o dedo um botão qualquer e pôs em marcha todo o Universo, e agora se dedica a contemplar seu desenvolvimento, ficou totalmente desacreditado pela nova Física e pela nova Cosmologia. No entanto, um ponto ainda permanece obscuro: se hoje temos leis que podem explicar praticamente tudo, como explicar a existência dessas próprias leis?
Muita gente aceita as leis da natureza sem nenhuma outra preocupação. As coisas são assim, e pronto. O Sol nasce de manhã; uma maçã cai da árvore para o chão, mas não cai do chão para a árvore; os pólos magnéticos iguais se repelem ,etc. Essas pessoas não pensam mais adiante, nem se perguntam por que é assim, ou acontece assim. Mas, para quem alimenta tais dúvidas e preocupações, é fácil imaginar um mundo caótico, sempre regido pelo acaso, no qual energia e matéria se desenvolvem desordenadamente.
Com isso quero dizer que do ponto de vista da lógica pura não há nenhuma necessidade de que o mundo esteja organizado tal como o conhecemos.
Mas, quando se estudam essas leis mais profundamente não há outra saída: ninguém deixa de se impressionar com sua beleza e sua simplicidade. Um exemplo, entre muitos, pode ser apontado na Física das partículas. Nesse campo o pesquisador se encontra vezes e vezes seguidas frente ao estado de pura simetria. A cada partícula corresponde uma antipartícula e a cada volta para a esquerda, uma outra para a direita. Isso se aplica às próprias leis: elas estão tão entrelaçadas entre si que é impossível não pensar em um plano.

Esse conceito de plano proporcionou aos teólogos, durante muitos séculos, os argumentos indispensáveis para sustentar a existência de Deus. Mas, inadvertidamente, eles sempre usaram como prova de suas teorias exatamente as estruturas mais complexas da natureza, sobretudo os seres vivos. Hoje já se pode explicar facilmente como se desenvolveram todos os seres vivos, e para isso não houve necessidade de nenhum deus.
Mas são as próprias leis da natureza e sua forma matemática, inesperadamente simples, que eu desejo apresentar como demonstração da existência de um plano. 
Permita-me lembrar um exemplo concreto. Nos últimos cinco anos, mais ou menos, os cientistas começaram a se dar conta de que as leis da Física, aparentemente, só podem produzir os componentes da criação, habituais em nossa vizinhança, e mantê-los em funcionamento (as galáxias, as estrelas, os átomos e, sobretudo, nós, os homens) se todos se comportam sempre da mesma forma. Quer dizer, se as chamadas constantes da natureza não se desviam muito dos valores realmente médios.
Constantes da natureza são, por exemplo, a massa de um bloco de pedra ou os componentes do núcleo de um átomo, a força de atração entre cargas elétricas, o efeito recíproco entre diferentes campos de força, etc. Os investigadores que se ocupam destas coisas só enxergam uma cadeia de casualidades improváveis ou casos de encontros acidentais, dos quais depende a existência do Universo. Uma das variações insignificantes seriam suficientes para modificar drasticamente esse mundo, ou mesmo destruí-lo. Dito de outro modo, se esses fatores houvessem sido desde o princípio menores ou maiores, pouco se fosse, do que são hoje, não teria sido possível surgir a vida e, sobretudo, nenhuma vida inteligente.
Por exemplo, no caso da gravitação, seriam mais que suficientes uma debilitação ou um aumento pequeníssimo para produzir uma catástrofe cósmica. Caso fosse provocada uma desordem na relação de forças entre a gravitação e os fenômenos eletromagnéticos, todas as estrelas, inclusive o nosso Sol, se converteriam ou em gigantes azuis ou em anões vermelhos. Em toda a parte, encontramos, à nossa volta, provas de que a Natureza fez tudo de forma correta. O resultado é, portanto, que as leis fundamentais, se expressam matematicamente, não apenas apresentam grande elegância, simplicidade e lógica interna, mas também permitem a existência de sistemas, por exemplo, planetários, com espaços adequados que são, simultaneamente, estáveis e complexos, a fim de proporcionar a base para a vida racional.
Isso significa que a nossa própria existência está escrita nas leis da natureza. Evidentemente, parece que fazemos parte de um grande plano, e aqui chegamos a uma conclusão. Quem aceitar que a nova Física fornece provas da existência de um plano do Universo enfrentará, em seguida, a questão: quem é o planificador? 
Mas a esta altura precisamos abandonar o campo da ciência, que se ocupa apenas do mundo natural, para passar ao campo da Teologia. A nova Física, sem dúvida, dá nova direção ao nosso pensamento, mostra-nos um Universo que é muito mais do que uma casualidade colossal e sem sentido. Eu, de minha parte, creio que por trás de nossa existência há um sentido mais amplo.


Fonte:revistasuperinteressante

Paul Davies